“Ergodesign e Arquitetura de Informação – Trabalhando com o Usuário”
(5a. edição, revista e ampliada)
Autor: Luiz Agner
Editora: Senac, 2022
ISBN: 978-65-86493-91-7

O livro “Ergodesign e arquitetura de informação: trabalhando com o usuário,” de Luiz Agner, oferece uma abordagem acessível e ilustrada sobre arquitetura de informação e UX design. A 5ª edição, lançada em 2022, com 256 páginas e 35 capítulos revisados e expandidos, enfoca a interconexão entre esses campos.

O autor destaca a importância de entender a evolução da informação, sua organização e contextualização como base para UX design. Ele enfatiza que, atualmente, profissionais nesse campo não apenas desenham componentes de interfaces visuais, mas projetam interações entre usuários e ambientes. A UX busca engajar usuários de forma útil e acessível, enquanto a arquitetura de informação organiza informações para facilitar o acesso e compreensão.

O livro destaca a convergência entre arquitetura de informação e UX design, enfocando a centralidade do usuário na relação com informações complexas. A pesquisa é considerada fundamental para dar voz aos usuários e evitar o isolamento do time de UX em relação aos desenvolvedores e demais profissionais. Agner critica métodos ágeis pelo limitado espaço conferido à participação do usuário, propondo estratégias como sketches, protótipos de baixa definição e testes rápidos para buscar uma “usabilidade de guerrilha.”

A capacidade de negociação é apresentada como uma soft skill crucial para UX designers e arquitetos, especialmente ao lidar com disputas de interesses e preferências. O livro destaca o papel diplomático desses profissionais, que navegam entre hierarquias, preferências pessoais e desenvolvedores, visando o objetivo principal de colocar as necessidades humanas no centro do processo.

O autor ressalta a complexidade crescente do cenário atual, marcado por experiências omnichannel, narrativas transmídia, internet das coisas (IdC) e pervasividade da informação. Ele argumenta que não é mais suficiente focar em visuais bonitos ou operar ferramentas específicas, como Adobe XD ou Figma, enfatizando a necessidade de estudos e análises aprofundados, compreensão do comportamento do usuário e mapeamento da jornada do consumidor online e offline.

Além disso, o livro aborda desafios decorrentes do desenvolvimento da inteligência artificial, destacando a importância de garantir o controle humano sobre a tecnologia, preservando os valores humanistas, a privacidade, promovendo o empoderamento das pessoas, a inclusão, e evitando discriminações.

Em resumo, “Ergodesign e arquitetura de informação” oferece insights valiosos para estudantes e profissionais interessados em UX design e arquitetura de informação, abordando conceitos fundamentais, métodos de pesquisa e desafios contemporâneos.

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Obra disponível também no formato ebook para Kindle.

Prefácio à 1a. Edição – por Peter Morville

Arquiteto de informação, é como eu me apresento. Organizo sites na internet para usuários encontrarem o que procuram. Essa simples explicação parece funcionar. A metáfora implícita evoca uma visão de plantas (blueprints) e estruturas, criando assim uma ponte entre a experiência física e a digital. E, como usuários, todos sabemos o quanto é fácil se perder em um grande website. Todos conhecemos o valor da findability.*

Decididamente, a prática da arquitetura de informação está longe de ser uma coisa simples. O design de sistemas de busca e navegação que considerem tanto as necessidades do usuário quanto os objetivos das empresas pode ser deveras complexo.

Como construir taxonomias para conteúdos crescentes? Como lidar com pessoas que usam palavras-chave erradas? Como criar um equilíbrio entre usabilidade e estética? Essas são perguntas simples sem respostas universais. Cada site apresenta o próprio desafio.

Ao longo da minha carreira, tive o privilégio de trabalhar em alguns dos sites mais desafiadores e de falar com arquitetos de informação muito experientes em diversos países.

Há pouco tempo, visitei o Brasil. E foi no Rio de Janeiro e em São Paulo que encontrei alguns dos mais inteligentes e mais apaixonados arquitetos de informação que já conheci. Existem poucos, o que é um problema sério. Como pode um grupo de pessoas resolver a rápida expansão das necessidades de uma população de massas? A resposta é simples: eles não conseguirão. O Brasil precisa de mais arquitetos de informação e, assim, de mais designers, de mais profissionais de comunicação e marketing, que compreendam os principais conceitos e as melhores práticas da arquitetura de informação.

A educação é a chave para o sucesso. Somente compartilhando nosso conhecimento podemos ter a esperança de superar a disciplina e de construir uma comunidade. Este notável livro de Luiz Agner é um grande meio de se começar. Compre-o, leia-o, compartilhe-o. Essa é a melhor maneira de se tornar um arquiteto de informação.

– Peter Morville – Autor de Intertwingled, Ambient Findability e coautor de Information Architecture for the Web and Beyond

* Termo utilizado por Peter Morville, que significa “encontrabilidade” ou a facilidade com que uma informação pode ser encontrada.