Geração de taxonomias através de card sorting
O grande ganho do card sorting é organizar a informação a partir da perspectiva do usuário. Classificar é um mecanismo cognitivo natural que empresta uma ordem ao mundo físico e social a que o indivíduo pertence, simplificando sua interação com este mundo.
Um conjunto de informações pode ser organizado de várias formas, seguindo diferentes esquemas de organização. Ao entrarmos em uma locadora de vídeos, por exemplo, podemos perceber a categorização ao observarmos que os títulos dos filmes podem ser agrupados por gêneros (aventura, policial, musicais, terror, cult etc) ou por diretores (Hector Babenco, Rosselini, Tarantino, Woody Allen etc). Dependendo de quem são os clientes da locadora, uma ou outra forma de classificação pode ser mais adequada.
A idéia básica por trás do card sorting é simples: se você quer que as pessoas encontrem as coisas que procuram, você deve organizar os conteúdos com base no que as pessoas sabem sobre esses conteúdos. A organização de uma loja de roupas deve refletir o modo como as pessoas acham que as roupas são organizadas.
Segundo Nielsen, um erro clássico nos sites corporativos e intranets é organizar a informação baseado em como as empresas enxergam a sua informação. Isto resulta em diferentes subsites para cada departamento ou para cada provedor interno de informação. Para prevenir isso, deve-se aplicar sempre a técnica do card sorting.
O card sorting pode ser de alta fidelidade (quando são usados softwares, como o EZSort e o OptimalSort, em que os dados são tratados automaticamente) ou de baixa fidelidade (a forma tradicional, como no vídeo acima, realizado por alunos meus a partir de um exercício na PUC-Rio, em que são distribuídos cartões de papel aos participantes).
Realizar o card sorting significa percorrer os seguintes passos:
– Escrever os nomes (e uma breve descrição opcional) de cada item de informação em pequenos cartões de papel;
– Misturar bem os cartões e entregá-los para o usuário;
– Solicitar ao participante que agrupe os cartões em pilhas, colocando juntos os que para ele pertencem ao mesmo grupo. O usuário pode criar tantos grupos quanto quiser. Os grupos podem ser pequenos ou grandes;
– Opcionalmente, solicitar que crie grupos maiores e mais genéricos. No final, pode-se pedir ao participante que nomeie as pilhas (no caso de um card sorting aberto). Assim, ele fornecerá idéias de palavras ou de sinônimos, que podem ser usados nos rótulos, links, títulos e na otimização de mecanismos de busca.
Simples não? Mas atenção: analisar os resultados e chegar às conclusões relevantes e inovadoras não é tão simples como parece!
Fique ligado:
SPENCER, Donna; Warfel, Todd. Card sorting: a definitive guide. [online] Disponível em http://www.boxesandarrows.com.