Estas fotos mostram um trabalho de observações etnográficas da coleta de dados do Censo 2010, realizado junto ao Parque JK, num bairro de classe média alta em Belo Horizonte e na comunidade do Acaba-Mundo, local próximo, na mesma capital. Nas imagens, aparecem uma das recenseadoras do IBGE e minha colega Patricia , analista de sistemas, que estava lá por ocasião do congresso IHC da Sociedade Brasileira de Computação. Estávamos realizando a avaliação da usabilidade do dispositivo móvel na coleta de dados estatísticos.
Há uma série de razões pelas quais a etnografia passou a ser importante para o projeto de interface e IHC. Essas razões são as seguintes:
1 – o estudo etnográfico é um meio poderoso de identificar as necessidades do usuário e enxergar o sistema pelo olhar do usuário.
2 – descobre a verdadeira natureza do trabalho realizado: é muito comum os usuários desempenharem suas tarefas de modo diferente daquilo que foi prescrito. No caso de uma coleta de dados assistida por computador, por exemplo, nós descobrimos que a etnografia poderá ser útil ao evidenciar se os usuários enunciam as perguntas da entrevista empregando linguagem informal ou popular, de modo diverso do que é proposto no questionário eletrônico.
3 – outra vantagem do estudo etnográfico é que o pesquisador obtém um alto grau de compreensão do usuário e pode desempenhar o seu papel em sessões de projeto participativo.
4 – a natureza aberta (não enviesada) da etnografia habilita o registro de revelações surpreendentes sobre como o sistema é utilizado no campo.
Nas avaliações de usabilidade, é preciso estar imerso na cultura do usuário para melhor entender o que se passa em torno dele. Assim, os pesquisadores devem olhar, participar e perguntar sobre as atividades do seu dia-a-dia.